MARIA, MÃE DE DEUS
Maria é um portento do poder de Deus. A Virgem é intrinsecamente ‘Nossa Senhora da Encarnação’, pois para a Encarnação Deus a criou, fazendo d’Ela um prodígio da graça em manifestação radiante do Onipotente.
Maria é um portento do poder de Deus. A Virgem é intrinsecamente ‘Nossa Senhora da Encarnação’, pois para a Encarnação Deus a criou, fazendo d’Ela um prodígio da graça em manifestação radiante do Onipotente.
Que sábado de triunfo tão glorioso!, no qual a alma do Unigênito de Deus, que ao mesmo tempo é o Filho do Homem, abre pelo fruto da sua Redenção os portões suntuosos da Eternidade, fechados desde o Paraíso terrestre pelo pecado em rebelião dos nossos primeiros Pais; e alçam-se as antigas comportas diante do passo impetuoso de irresistível poderio da alma do Unigênito de Deus imolado, em triunfo de glória.
Que luta –sem luta–, a que se estabeleceu entre a Santidade do Pai ofendida, que não podia aceitar o pecado, e a mesma Santidade que, no seu Unigênito, volvida para o Pai, implorava-o, em laceração suprema de infinita e cruenta imolação: «Abraça-me com toda a humanidade, ou me rechaças com toda ela».
Era tanta a excelência de Deus, tão imensa a grandeza do seu infinito ser na plenitude da sua força, tão infinitamente distinto e distante de tudo o que Ele não era, que tudo o que não era Ele, diante da minha mirada espiritual, praticamente passava a não ser… Nada era senão Deus!, porque Deus se era o único que era na plenitude excelente do poderio do seu infinito, consubstancial e coeterno ser divino.
No meu sacrário tenho tudo, porque o Tudo Infinito é o mistério transcendente que oculta o meu sacrário. Se o homem soubesse o segredo da Eucaristia, como não viria a refrigerar a sua sede e a saciar as suas fomes, reverente e adorante, aos pés do sacrário diante do Deus do Sacramento…?!
Mistério de Natal…! Segredo de infinita ternura…!: No silêncio da noite e da incompreensão, sob as notas vibrantes do Espírito Santo, e no rasgão da maternidade de Maria, num presépio se disse a nós o Amor…!! Silêncio, alma querida…! Respeito e veneração! Adora…! Com os Anjos de Deus, responde em amor…! Porque Deus, feito Menino, de um momento a outro vai romper em pranto pela primeira vez na terra numa dilaceração de solidão e incompreensão…
Ó natureza humana de Jesus…! Tão íntima e estreitamente uniu-se a ti o Verbo da Vida, e tu a Ele, numa adaptação como infinita, que suas mais imperceptíveis vibrações repercutem em ti; sendo teu viver e não podendo ser outro que do mesmo Deus altíssimo, já que com Deus te uniste hipostaticamente na pessoa do Verbo.
Todos corremos com uma mesma velocidade, ainda que nem todos chegaremos a um mesmo termo, apesar de que o termo que Deus quis para todos é o mesmo; mas não o podem conseguir senão aqueles que, vivendo do sobrenatural mediante a vida da graça e sob o ímpeto do Espírito Santo, têm asas, e asas de águias reais, que os fazem capazes de franquear o insondável Abismo que existe entre a Vida e a morte, entre a terra e o Céu.
A Filha de Sião aparece jogada, como Cristo em Getsêmani, mas não por isso fracassada nem afundada, não! O Pai a sustenta com o poderio do seu braço, porque a sua real Cabeça é seu Filho muito amado em quem tem postas todas as suas complacências.
A Virgem não tinha nenhuma tendência, nem apetência, nem torcedura, nem inclinação que a atraísse para a terra. Maria viveu como assunta durante todo o seu peregrinar, concluindo a sua assunção no abraço do encontro do Infinito.